O cenário que
vivo, a proximidade ao fenómeno Porto do meu querido Rui (Moreira), permite-me
tecer comparações, soltar opiniões sobre outros fenómenos, outros projectos
ditos “independentes”.
A altura é
propícia para isso, passa quase um ano das eleições autárquicas, e volta-se a
dar a importância e o relevo nacional que o Rui merece, acercando-se dele
diversos partidos, tendo em vista o seu apoio as legislativas.
Um projecto
independente e mobilizador que está a fazer o Porto crescer.
O outro projecto
independente, que me faz escrever hoje é o MOVE,
impulsionado pela Deusa Blogosfera que sobre ele me trás hoje novidades.
- Diz-me a
Deusa que se discute por Ourém se Vítor Frazão desertou do PSD, ou não?
Desertar implica
sair de algo, deixar o grupo, abandonar, fugir?
Frazão fugiu?
Não Frazão não fugiu, passou
sim para as linhas inimigas. Traiu o partido no qual cresceu. Simples!!!
É tão
independente quando Narciso Miranda, Fátima Felgueiras, Marco Almeida, ou
outros o eram.
- E o MOVE é
mesmo um movimento independente?
Não, não é. Nem
é movimento, porque isso implicava a existência de bases ideológicas e
programáticas claras, a definição de uma visão para o município e, claro,
pessoas, massa crítica.
Nem é
independente, já que a natureza, quanto à independência, está completamente
contaminada pela falta desta no seu líder.
- Jogos de
bastidores?
Sim, existiram
de facto jogos de bastidores, que por um lado subverteram a vontade do
eleitorado, ao colocar Deolinda Simões
na cadeira em que o povo havia dito que não, mas que não se ficaram por aí.
Esses jogos
contaminaram o “movimento” MOVE e fizeram que algumas figuras ligadas ao PSD,
de Frazão, tenham saído, não se revendo no que se havia feito ao enfant terrible, João Moura.
- Presente e
futuro do MOVE por comparação com o fenómeno Rui Moreira.
Além de tudo o que foi dito, para mim, não há sinal mais claro do
insucesso do MOVE que a postura dos seus membros. Se ainda hoje se fazem
estatísticas eleitorais, para demonstrar o quanto o MOVE foi um fenómeno em
2013, significa, só, que este foi um episódio pontual.
“Tão a ver? Tão a ver?
Tivemos x votos, mais y que z, em comparação
com h.”
Um verdadeiro movimento, ao estilo Moreira, não olha mais para isso,
enfrenta os desafios do presente e do futuro, mobiliza, recria-se, implanta-se
naturalmente.
Esta postura demonstra o quanto o MOVE não é presente, mas apenas e
só uma fugacidade eleitoral.
O MOVE está demasiado agarrado à imagem de Vítor Frazão, refém da
sua popularidade, da sua forma de fazer política, com muito empenho, muita
garra, mas sem sumo nem conteúdo.
O Rui é homem do Porto, também do folclore, das festas, mas é
sobretudo um homem de estratégia, de rumo, com orientações.
Rui nasceu para a cidade, pensou o Porto, estruturou ideias, planeou
o seu futuro, faz porque pensou vir a fazer. Rui é um homem político que vive
daquilo que pensa, de projectos e ideias fortes, estruturadas e encadeadas.
O MOVE nasceu para Frazão, com ele irá definhar, limitou-se a
trivialidades, ao catalisar do desespero e descontentamento, mas sem oferecer soluções e melhorias
palpáveis. Como o seu líder, o MOVE, irá mover-se para fora do panorama
político oureense, porque as baterias não duram sempre, as pilhas gastam-se.
Se querem viver, MOVE, reinventem-se, mostrem que existem.
Não basta olhar para 2013, porque aí a tendência é olhar para trás e
não esquecer o que era Ourém em 2009, o que era a governação social-democrata
de Vítor Frazão, ao sabor do vento ao toque de filarmónica, sem estratégia, com
muita garra mas pouca táctica.
Por tudo isto, Rui, és já um
mestre, com o qual muito me orgulho de aprender.