No debate quinzenal o PM António Costa dizia que
estamos em março e o diabo continua sem
aparecer, numa alusão ao propalado diabrete anunciado por Passos Coelho.
Estará de
vez afastada essa criatura infernal?
Será que a
geringonça se tornou sustentável ao ponto de ser solução de longo prazo?
Pois bem, o
que me parece, por sintomas nem sempre evidentes, é que Costa continua a
esconder o diabo atrás da cortina, não o tendo afastado de vez do centro da
sala onde Passos o quer colocar.
Nos dias
que correm, esses sintomas nem sempre evidentes, como referi, nomeadamente no
que concerne à convivência democrática e institucional, fazem-me crer que os
cornos estão atrás da cortina, a forquilha ao lado o demónio pronto a saltar…
Seja o (não) acolher/aceitar das recomendações e
ideias do Conselho de Finanças Públicas, seja o bloqueio no Parlamento à análise de
dossiers relevantes, a forma brusca de relacionamento em conferência de
líderes, a forma autoritária e parcial de abordagem aos assuntos por parte de
Ferro Rodrigues, a ligação com o Banco de Portugal, muito me leva a crer que o
PREC recomeçou, passados que estão 15 810 dias do 25 de novembro de 1974.
A gestão de assuntos fundamentais tem sido um
fartote, da CGD ao Novo Banco, os níveis de populismo tem sido alimentados, e
sintomas socráticos vislumbram-se no horizonte (financiar blogues para dizer
bem de Costa?? Onde já vimos isto…).
Quanto à economia continuamos com os juros das OT
elevadíssimos, refletindo o risco nacional, carregando uma dívida pública
brutal. Economia essa que continua a ser traccionada pelos setores tradicionais,
os quais desde 2014 vêm em retoma: Turismo, muito turismo, construção civil,
calçado, têxtil, cortiça e até a agricultura.
Que novidade existe desde 2014, que não o cimentar
de uma tendência desde aí evidenciada?
Consumo interno?
Isso esgota-se….
E o nível de exportações de bens cresceu 0,9%, o
pior ano desde 2009…
O problema demográfico acentua-se, a força do
trabalho é cada vez menor, a sustentabilidade da segurança social um problema
sério.
Medidas?
Ponderou-se baixar a TSU… Bom para os patrões, um
atentado ao nosso futuro.
Tudo isto, quando
o cimento que sustenta a geringonça começa a estalar, rachando à medida
que não se resolvam questões para a esquerda essenciais, desde o combate à
precariedade, a mudanças no sistema financeiro, ao combate à flexibilização do mercado
de trabalho, contratação coletiva…
Costa vai
ter que ceder mais, ou então cai…
E quando cair o diabo salta-lhe em cima, e Passos
dirá (a tempo ou não): “Eu tinha razão”!
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